Sábado, 27 de maio
Complexo Balnear da Barreirinha, 21h30 (live act)
[PT]
Em "Pocualeito" (anagrama de "eucalipto"), "Suso", como é afetivamente conhecido,
Combina a sua extensa prática em percussão afro-latina com uma propensão para cordas cinemáticas que oscilam entre estranhamente calmas e fractalmente intensas. Um artista de música eletrónica que recorre ao rato apenas quando estritamente necessário, Susobrino elabora as suas 'músicas de banda sonora' -r eferindo-se à banda sonora da própria vida - executando uma ampla variedade de instrumentos. Em Pocualeito, Suso preenche – ou melhor, cria os espaços das sua produções inovadoras com instrumentos enigmáticos como Guitalele, Zampoña, Quenacho e Tbilat. Como dívida para com a sua herança boliviana, mas principalmente resultado de uma busca contínua para compreender a complexidade dos ritmos africanos, Susobrino aponta as fontes da sua inspiração musical não para um país específico mas sim para a experiência Afrolatina como um todo.
Estruturalmente, cada pista de Pocualeito desafia a rigidez do "4 to the floor" de estações de trabalho de áudio digital e opta por colher as suas recompensas em vez de assinaturas de tempo não convencionais e mudanças de tempo – evidenciadas na melhor das hipóteses em "Jill/Tio" Carbón, uma peça 2 por 1 que começa com uma ênfase estranha num padrão de palmas 4/4 e depois se desintegra numa Cumbia mexicana afinada.
Musicalmente, o álbum leva-nos num passeio pelas paisagens imaginadas de um futurismo da região andina, em busca de um passado africano comum. Em El Aguante, um coro sintético celestial abre caminho para uma linha de percussão voltada para a caixa que lembra a música boliviana festas de "carnaval". Em "Wasos", com a colaboração de Dengue Dengue Dengue, uma guitarra gasta aparece para ejetar lamentos vocais de vez em quando, numa formato staccato e aqui novamente a percussão leva-nos a um estranho triângulo entre Peru, Bolívia e África Ocidental.
É difícil resumir em palavras a música de Susobrino, pois nenhuma palavra foi ainda
inventada para descrever o trabalho inovador que ouvimos em "Pocualeito", um
sinal inequívoco de que a Kebrada Records está decidida a continuar a escrever
a história da música a cada lançamento.
[EN]
In "Pocualeito" (an anagram for "eucalipto") , "Suso", as he is affectively known,
fuses his extensive practice in Afro-Latin percussion with a penchant for cinematic
strings that oscillate between eerily quiet and fractally intense. An electronic music
artist that resorts to his mouse only when strictly necessary, Susobrino crafts his
'soundtrack music' -referring to the soundtrack of life itself- by executing a wide
variety of instruments. In Pocualeito, Suso fills- or rather creates the spaces of his
groundbreaking productions with enigmatic instruments such as Guitalele,
Zampoña, Quenacho and Tbilat. Partly a debt to his Bolivian heritage but mainly
the result of a continuous quest to grasp the complexity of African rhythms,
Susobrino pinpoints the sources of his music inspiration not to a specific country
but rather to the Afrolatin experience as a whole.
Structurally, each track in Pocualeito poses a challenge to the rigidness of the 4-
to-the-floor grid defaults of digital audio workstations and opts for harvesting its
rewards instead from unconventional time-signatures and tempo shifts- evidenced
at best in "Jill/Tio" Carbón, a 2-for-1 piece that begins with an oddly emphasised
4/4 clap pattern and later disintegrates into a pitched-down Mexican Cumbia.
Musically the album takes us on a tour through imagined landscapes of Andean
futurism in search for a common African past. In El Aguante, a heavenly synthetic
choir paves the way for a snare-oriented percussion line reminiscent of Bolivian
"carnaval" festivities. In "Wasos" featuring the collaboration of Dengue Dengue
Dengue, a worn-out guitar appears to eject vocal lamentations from time to time in
a staccato manner and here again the percussion takes us to a strange triangle
between Peru, Bolivia and West Africa.
It is hard to summarise Susobrino's music in words, for no words have been yet
invented to describe the groundbreaking work we hear in "Pocualeito", an
unequivocal sign that Kebrada records is set to continue writing contemporary
music history with each release.
➞ Programação completa